Atemóia e suas qualidades
Imagine uma fruta saborosa e doce como a pinha sem alguns de seus inconvenientes: pouca resistência a pragas, baixa durabilidade e muitas sementes. Essa fruta existe e foi obtida no início do século 20 a partir de cruzamentos realizados na Flórida (Estados Unidos), na África do Sul e em Israel entre a ata (como a pinha também é conhecida) e uma fruta andina chamada cherimóia.
Batizada de atemóia, essa fruta “vem despertando interesse entre os produtores por apresentar características da cherimóia e da pinha, porém com qualidade superior, como vida pós-colheita mais longa e ausência de rachaduras”, afirma a engenheira agrônoma Débora Costa Bastos, da Embrapa Semi-Árido (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Por se adaptar melhor às condições intermediárias entre a cherimóia (de clima subtropical) e a pinha (de clima tropical), o cultivo do híbrido está concentrado em determinados países onde predominam esses tipos de clima.
No Brasil, as primeiras plantações datam da década de 60, e a área cultivada atual é de mil hectares, com maior presença nas regiões Sudeste e Sul. Esse montante equivale a 1 milhão de caixas com três quilos da fruta cada uma. O Estado de São Paulo é o principal produtor, com 43,8% do volume comercializado, seguido por Minas Gerais, Paraná e Bahia.
Pertencente à família das anonáceas, a atemóia possui aspecto rústico devido à casca rugosa e pontiaguda, semelhante à da graviola. No interior, a polpa branca e macia envolve sementes longas e pretas. Quando madura, alcança até dois quilos, com grande variação entre os exemplares.
Segundo Débora Costa Bastos, a colheita costuma ocorrer entre abril e outubro, mas, com a utilização de técnicas e manejos culturais como poda e adubação, é possível produzir a atemóia durante todo o ano.
No mercado, o quilo da fruta custa entre R$ 5 e R$ 10, dependendo da época e da oferta.
Atemoia Engorda?
A fruta possui altos teores de vitamina C, vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, magnésio, potássio, proteínas e carboidratos, além de conter fibras que auxiliam no bom funcionamento intestinal, no controle do colesterol e no fortalecimento do sistema imunológico.
Entretanto, deve-se consumir com moderação por pessoas que estão em dietas para emagrecimento, pois também carregam calorias e energia.
Ainda de acordo com a pesquisadora, a atemóia possui alto teor de proteínas, açúcares, potássio e vitamina C. “Pode ser consumida in natura, além de ser usada como polpa, sorvete, suco, doce e compota”, afirma Bastos. A salada abaixo mostra que é possível utilizar a fruta também em receitas salgadas –desde que as calorias que ela acrescenta ao prato (cerca de 108 para cada 100 g de atemóia) não assustem os comensais.
Salada de “bifun” com molho de atemóia
580 calorias por porção
Ingredientes
(para quatro pessoas)
200 g de “bifun” (macarrão de arroz)
4 colheres (sopa) de alga marinha em pedaços
4 colheres (sopa) de gergelim
200 g ou 1/2 peito de frango cozido e desfiado
2 colheres (sopa) de azeite
molho
1/2 atemóia (bem madura)
4 colheres (sopa) de azeite extravirgem toscano (ou outro azeite extravirgem)
suco de dois limões-sicilianos
sal e pimenta-do-reino
Passo a passo
1. Coloque a massa em água fervente por um minuto. Escorra e passe em água gelada. Reserve.
2. Em uma frigideira antiaderente, salteie o gergelim até ficar dourado.
3. Frite as algas no azeite e deixe escorrer.
4. Para o molho, tire a casca e as sementes da atemóia e bata-a no liquidificador com os demais ingredientes. Coe.
5. No prato de servir, disponha a massa, o molho, o peito de frango, o gergelim e as algas. Sirva frio.
Receita do chef Marco Paulo Peluso, do In Città (tel. 0/xx/11/ 3063-5707). * Valor nutricional calculado pela RG Nutri (www.rgnutri.com.br).
1 Comentário
ATEMÓIA É A MELHOR E MAIS DOCE DAS FRUTAS QUE JÁ PROVEI.